terça-feira, 16 de junho de 2009

Nova York (Junho 2002)

Não sou de forma nenhuma um adepto e amante da América e muito menos dos Americanos (pelo menos daqueles que proferem aquelas barbaridades que vamos assistindo todos os dias) mas… tinha que ser! Tinha mesmo que ir à cidade que está no centro do mundo, onde tudo acontece! É muito importante salientar que Nova York não é verdadeiramente a América pois quem lá habita e trabalha são cidadãos de todo o mundo, o ambiente é multicultural e as pessoas são normalmente muito simpáticas e prestáveis, principalmente as autoridades. Nova York é exactamente como vemos nos filmes: as limusinas, os polícias gordos a comerem o seu donut, as sirenes dos carros de bombeiros a passarem, os executivos de pasta na mão que se cruzam com os dominicanos, mexicanos, cubanos de calças largas, cordões ao pescoço e bandeiras na cabeça! Uma grande mistura muito interessante!
Foi em Junho de 2002 que viajei com o meu amigo João Miguel, também ele muito curioso com o que “Big Apple” seria na realidade. Fomos apenas por 4 noites (5-6 noites são suficientes para se “sentir” a cidade) e ficámos alojados num hotel bem perto do centro e perto da Grand Central. Os quartos eram minúsculos, com beliches e com casa de banho partilhada mas era muito limpo e prático. O alojamento em Nova York é sem dúvida dispendioso e difícil de arranjar/reservar. De manhã acordávamos bem cedo pois ainda deitados, sentíamos lá fora o pulsar e fervilhar da agitação desta magnifica cidade. Não dá para ficar ali deitado sabendo que o mundo gira mesmo ali ao lado. Como é uma cidade plana recomendo andar à superfície o mais possível pois poderemos absorver mais rapidamente o modo de vida desta cidade. De semana, pela manhã, toda a gente corre para algum lado enquanto levam na mão um café Starbucks ou um jornal do dia. Como pontos de interesse a visitar fomos aos “obrigatórios”: Empire State building, Quinta Avenida, Central Park, Brooklin Bridge, Time Square, Pier 17, Guggenheim Museum, Metropolitan… e outros. Mas a parte mais interessante é mesmo andar nas ruas, andar no metro, apanhar um cab, jantar num bom restaurante típico de uma qualquer parte do mundo, ir a um jogo da NBA, ir a um musical, etc. Destaco ainda o bairro de Chelsea com as suas vivendas características que vemos em tantos filmes e ainda o Museu de História Natural, o porta aviões USS Intrepid, o submarino USS Growler e fazer uma viagem de barco em torno de toda a Manhattan (apanha-se perto do Intrepid) e onde dá para ter uma vista magnifica sobre a cidade, as pontes e a Estátua da Liberdade. Subimos ao Empire State Building de dia e depois de noite e ambas valem a pena pois a vista é excelente. Lembro-me de, à noite, irmos caminhando na rua meio perdidos e de repente apercebermo-nos de um grande clarão de luz e sons crescentes de movimento e agitação. Foi quando, ao dobrarmos uma esquina, deparámo-nos com a surpreendente e iluminada Time Square. Ambiente fantástico com muita gente, limusines e neons…
Outro episódio curioso foi num dos dias em que saímos cedo estavam obras grandes na estrada em frente do hotel, com cilindros, escavadoras, martelos pneumáticos, maquinas de alcatrão e quando regressámos ao final do dia, toda a avenida estava arranjada, novo piso, impecável… num único dia! O mundo ali gira a 300 à hora!
Em termos de despesas e excluindo o alojamento, o restante não é nada caro e em muitos casos ao nível dos custos em Portugal, e com a valorização do euro torna-se um verdadeiro paraíso das compras (roupa, calçado, perfumes, electrónica e fotografia). As refeições durante o dia eram feitas nos muitos “Delis” de esquina que tinham, ao peso, comida chinesa, tailandesa, indiana, paquistanesa, muçulmana, mexicana, cubana… tudo misturado e representando essencialmente a panóplia da variedade dos próprios empregados destas lojas de conveniência. Almoçávamos por 6-8 dólares (prato e bebida). Ao jantar escolhíamos um bom restaurante diferente todos os dias (mexicano, japonês, alemão, chinês, italiano, etc) por pouco mais de 25-30 dólares por refeição. Um episódio engraçado foi quando, já tarde e um pouco desesperados, entrámos num restaurante Japonês muito simples mas muito característico no Lower East Side e que ficava numa espécie de cave. Estava a abarrotar de asiáticos a comerem ao balcão e espalhados pelas mesas, muito barulho, fumo da comida no ar, proporcionando uma experiência muito interessante e culminada com um atribulado regresso num táxi conduzido por um indiano de turbante, decorado com pendentes brilhantes, cortinas com lantejoulas, cheiro a incenso e uma musica frenética em alto volume. Só visto!
E assim se passou muito rapidamente esta viagem ficando na memória aquela que é, para mim, a mais louca e interessante cidade do mundo onde se tem mesmo a noção que tudo se passa, tudo acontece e a uma velocidade alucinante!
Não costumo desejar cegamente regressar a um local onde já estive, mas neste caso vou abrir uma excepção pois desejo mesmo voltar à incrível NY!

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