terça-feira, 16 de junho de 2009

Natal, Brasil (2000)

Aproveitando uma promoção de um sharter irrecusável (490 eur) acabei por reservar uma dessas viagens com tudo “marcadinho” (voo, transferes, resort, meia-pensão, etc). Sim, fui mesmo! Foi a primeira e única vez que o fiz, até agora! E soube-me muito bem! Ainda que não faça nada o meu género nem o meu gosto pessoal, não posso negar que é muito agradável e confortável ter tudo controlado e poder verdadeiramente descansar. O destino escolhido foi a cidade de Natal e Pipa, no estado nordestino do Rio Grande do Norte. À chegada um taxista lembrava que Natal era “uma pequena cidade de 800 mil habitantes”!?!? Deu para ter uma noção da dimensão deste grandioso país. Junho é supostamente a altura de Inverno por estas bandas e realmente chovia diariamente mas a temperatura era elevada e rapidamente a chuva parava e o sol tudo secava, possibilitando mais um mergulho no mar. As praias, essas, são muito parecidas com as boas praias portuguesas apenas com mais coqueiros. Há algumas verdadeiramente belas e com areal de perder de vista mas verdadeira “riqueza” desta zona do Brasil é a descontracção e tranquilidade com que se vive a vida. A população, maioritariamente pobre, é muito calorosa e muito curiosa da forma como se vive na Europa e em Portugal, como se fossemos todos ricos ou então com alguma intenção de emigrar para cá na procura de uma vida melhor.
Ficámos no Hotel Vila do Mar que era muito simples, não tão recente como outros daquela zona mas limpo e suficiente para aquelas 7 noites de alojamento. A grande vantagem deste hotel é que ficava mesmo “colado” e mesmo de frente (5-10 metros apenas) de uma bela e grande praia, quase deserta. Tinha somente 2 pisos e por sorte eu e o meu amigo Pedro ficámos no rés do chão. Como tinha uma grande janela corrida era só levantar da cama ou da espreguiçadeira do pátio, saltar um muro de 1 metro de altura e ficávamos imediatamente com os pés na areia, prontos para mais um belo mergulho. Fantástico!!!! Isto vale mais que as 5 estrelas na placa do hotel… para mim! As caipirinhas também eram boas… mas também são sempre boas quando estamos naquele clima e naquele ambiente.
Acabámos por fazer quase todas as excursões da praxe onde destaco apenas o buggy nas dunas e o mergulho nos corais. Esta zona do Nordeste até é relativamente segura e podemos aventurar-nos por nossa conta. Alugámos um buggy, nós mesmo conduzimos e fomos até Pipa e até andámos “a abrir” pelas imensas praias desertas… parecia um filme! Atenção que as dunas são “proibidas” para nós ocidentais pois são altamente perigosas para quem não as conhece bem. No regresso demos boleia a uns miúdos e fomos levá-los a casa, facto que a mãe agradeceu fervorosamente convidando-nos a jantar mas tivemos que recusar pois viajar de noite num local destes (grandes extensões de mato e selva) poderia ser uma aventura demasiado arriscada.
Levámos connosco umas 3 garrafas de vinho tinto e Porto, que no Brasil vale ouro e pode servir de moeda de troca ou para dar uma boa gorja a um prestável taxista ou guia. Sem mais nada de especial a assinalar ficou-me na memória o modo de vida simples das pessoas da região e a evidência de que o Brasil é um país ENORME, rico em beleza natural e com um grande potencial. Creio que posso afirmar que a grande maioria dos portugueses que viaja para o Brasil acaba por sentir uma forte ligação e empatia com estas terras e este povo, de alguém que fala a nossa língua. No entanto, da parte dos brasileiros não percepcionamos esse sentimento nem esses laços tão fortes e alguns desconhecem mesmo onde é Portugal. E, infelizmente a realidade é que somos nós portugueses, nação milenar e historicamente heróica, que diariamente somos influenciados pelo Brasil, pela sua cultura e poder económico.

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